Bósforo
Da minha janela vejo o Bósforo todos os dias: divisões e correntes, agitações e marés. Tal como no homem, tal como no mundo.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
terça-feira, 9 de dezembro de 2025
Urchin/The Tramp
Urchin, mas podia chamar-se... The Tramp (na verdade, os dois termos possuem, originalmente, o mesmo sentido). Bonita a forma como Harris Dickinson subtilmente empresta ao corpo de Mike a mesma graça, a mesma elegante fragilidade (a silhueta esguia, uma magreza bailarina), até queerness, de Chaplin (a primeira personagem queer do cinema). Coisa física, mesmo, que, pedra de toque, só emerge quando Mike não está under the influence. Uma pureza, ou inocência, que desaparece quando as substâncias tomam conta do seu corpo e impõem uma outra (bravia, musculada) masculinidade (não é por acaso que é na saída nocturna com duas amigas que essa fisicalidade mais se manifesta). Há, aliás, uma posição corporal característica de Chaplin - sentado, as pernas e os braços esticados, as costas das mãos entrelaçadas pelos dedos, o sorriso envergonhado - que, pelo menos por uma vez, Mike adopta. A cena em que é seduzido na caravana por Andrea, contra a sua hesitação inicial, é o belíssimo resumo desse amoroso tolhimento do seu corpo.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
I Know Sorrow
A local vision appeared at my doorShining like an open roadI know that place, that roadAnd where it all goesStill a man must cling to somethingUntil he really knowsNow I know sorrowThe feeling comes and goes
quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
terça-feira, 25 de novembro de 2025
notes to self
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
terça-feira, 18 de novembro de 2025
artigo no Y
ERA UMA VEZ UMA FAMÍLIA NO CHILE - texto e entrevista no último Ípsilon (versão + curta no papel; versão completa on-line)
quinta-feira, 13 de novembro de 2025
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Talvez o mais americano dos cineastas vivos (com absoluta certeza o mais americano dos cineastas não-americanos), KMF é, por estes dias, dos poucos com um sentido tão engenhoso e, mesmo, espectacular de mise-en-scène. O Agente Secreto, pese embora as fragilidades do argumento, é um prazer imenso de se ver. Passei praticamente o filme inteiro a imaginar como seria o corte seguinte ou como se filmaria a entrada de um carro no plano (e que bem que se filmam carros aqui, haja alguém).